sábado, 17 de fevereiro de 2007

Privatizações FHC - a necessidade de universalizar serviços públicos

Existe um mito segundo o qual privatizações executadas durante o governo FHC não eram necessárias, e os dividendos que o Estado podia captar justificariam isso.

Segundo essas argumentações, a única coisa que justifica cegamente as privatizações é um dogma: o dogma neoliberal de que os mercados devam ser "flexibilizados" em favor da circulação financeira.

Evidentemente que esse tipo de formulação se sustenta apenas em conceitos primários de ideologia. Vamos mostrar os motivos.

As privatizações eram necessárias porque o Brasil precisava expandir a oferta de serviços públicos, e o Estado não tinha dinheiro para isso. Eram necessários R$ 170 bilhões em investimentos no setor de telecomunicações, a fim de permitir a universalização do serviço de telecomunicações?

Será que caberia ao Estado de São Paulo tirar dinheiro do orçamento público para construir a 2ª pista da Imigrantes, que foi feita inteiramente com dinheiro privado? Será que o Estado teria os bilhões de dólares que foram investidos na Vale para torna-la essa empresa que é hoje? Será que o Estado teria os bilhões de dólares que foram investidos na EMBRAER, e que a transformaram na 4ª maior empresa aérea do mundo?

Será que o Estado teria bilhões de dólares que foram e estão sendo investidos em estradas e ferrovias privatizadas? Não parece que teria, porque os hospitais públicos estão em petição de miséria. As escolas públicas também não parecem vivem
em abundância.

Se nem para esses setores básicos (saúde e educação) há dinheiro, então será que teria dinheiro para investir em estradas, em ferrovias, em infra-estrutura de telecomunicações, em fabricação de aviões? Pode ser que não fosse necessárias, mas isso significa que deveríamos aceitar que apenas uma pequena parcela da população tivesse acesso a telefone, e que o mesmo custasse 10 mil dólares e demorasse 6 anos para ser instalado. Que não existisse a 2ª pista da Imigrantes. Que não se faça a linha 4 do metro de São Paulo, mesmo sabendo que a população vai pagar rigorosamente a mesma tarifa. Que as estradas sejam todas esburacadas, ou mesmo que não existam estradas. Que as ferrovias ficassem sucateadas.

Essa é a questão. Falar que não concorda que não sejam necessárias é fácil. Difícil é propor uma alternativa, coisa que até agora eu não vi. Falar platitudes sem fundamento é fácil, difícil é propor soluções....afinal, cadê as alternativas? A alternativa, pelo que eu sei são telefones a 10 mil dólares, estradas esburacadas, ferrovias sucateadas, e menos investimento ainda em áreas sociais.

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