Hoje saiu uma pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial de 2018, que mostra o ex-presidente Lula perde de todos os potenciais candidatos tucanos em simulações de segundo turno de 2018, além de perder para Marina também. Neste artigo sustentamos que a situação eleitoral atual de Lula, captada pelo Datafolha, é melhor do que a que será observada em 2018. Há chances bem grandes de Lula e o PT não estarem sequer no 2º turno em 2018. E isso não tem nada a ver com com a Lava Jato.
Primeiro vamos analisar os cenários de segundo turno, e são os seguintes:
Cenário 1: Aécio 38 x Lula 36
Cenário 2: Alckmin 38 x Lula 36
Cenário 3: Serra 40 x Lula 35
Cenário 4: Marina 44 x Lula 32
Lula lidera em rejeição
Os dados acima mostram que, se a eleição fosse hoje, Lula perderia para qualquer candidato do PSDB no segundo turno. É verdade que Lula aparece liderando as pesquisas de intenção de votos no primeiro turno, com números em torno de 22% ou 23%, dependendo do adversário.
Ocorre que isso é mais do que esperado, pois Lula está em campanha eleitoral, fazendo caravanas pelo país inteiro, em comícios que, a pretexto de defender Dilma, esta fazendo campanha eleitoral. Enquanto isso, os candidatos do PSDB ou estão sofrendo desgastes por conta de denúncias infundadas (Aécio), ou submergiram (José Serra, atuando como Ministro das Relações Exteriores), ou estão em processo de transição em São Paulo (Alckimin), e é por isso que aparecem em baixa nas pesquisas.
Entretanto, mesmo os 23% de Lula no primeiro turno no melhor cenário estão muito longe de garantir a Lula a eleição em 2018. Lembramos que o PT tem sempre algo como 30%, e o Lula sempre que disputou a eleição antes de 2002 sempre teve mais de 30% e mesmo assim foi derrotado em 89, em 94 e em 98. Somente com o desgaste do governo FHC em 2002, que Lula, com mais de 40% no primeiro turno, conseguiu se eleger. Portanto, 23% no primeiro turno não é nada.
Aliás, se tem algo que deixa claro os motivos pelos quais o Lula e o PT insistem tanto na tese de "novas eleições" em 2016, caso Dilma volte, é porque o PT e Lula sabem muito bem que o tempo corre contra eles. Hoje, em 2016, o Brasil está em recessão, Dilma pode ser vitimizada, e os que estão no poder não podem se beneficiar de uma situação econômica melhor, pois o Brasil efetivamente ainda não saiu da crise.
Com isso, caso a eleição fossem em 2016, Lula seria competitivo, pois poderia colocar a culpa do desastre do governo da Dilma, e contar com o recall de seu período presidencial, e poderia realmente ser competitivo.
Mas, como dissemos, o tempo joga contra Lula e o PT, e em 2018 a situação será muito diferente, e muito pior para Lula e o PT
A eleição ocorrerá em 2018, e não em 2016
Existem 3 fatores fundamentais que levam a uma deterioração enorme da viabilidade de Lula em 2018: 1. eleição municipal de 2016; 2. Economia; 3. Financiamento de campanha; 4. Máquina Estatal. 5. Fim do discurso do fim do Bolsa Família.
1. A influência da eleição municipal de 2016 em 2018
Todos sabem que os prefeitos e vereadores são os grande cabos eleitorais dos deputados, senadores e dos partidos em geral. Dessa forma, dispor de uma boa base de prefeitos e vereadores é fundamental para a eleição presidencial. Ocorre que o PT vai ser varrido do mapa municipal em 2016, e sua base de prefeitos e vereadores vai desabar.
Portanto, o PT vai concorrer em 2018 com uma base de cabos eleitorais muito menor do que a que tinha em 2014. O PT ficará menor que o PMDB (já é) e do PSDB (hoje o PT é maior). Esse é o primeiro fator que complica e muito a vida do PT em 2018.
2. Economia
A segunda questão é a Economia. Hoje o Brasil vive recessão de 4%, mas já passamos o fundo do poço, e todos os indicadores já estão apontando que daqui para frente a economia vai melhorar. Vai demorar um pouco ainda para entrarmos em um ritmo de crescimento acelerado, mas as principais projeções apontam para um crescimento de 1,7% do PIB em 2017 e de ao menos 4% do PIB em 2018. É bem provável que em 2018 o Brasil esteja crescendo bem mais que os 4%, e o desemprego esteja em franca queda, com dólar baixo e aumento de renda.
E uma economia crescendo 4% ou mais fará a popularidade de Michel Temer e Henrique Meirelles disparar. Assim, o grande eleitor em 2018 será o atual presidente Michel Temer. A questão que fica para ser respondida é: quem Termer irá apoiar? Um candidato do PSDB? Temer concorrerá a Presidência? Ou apoiará Henrique Meirelles.
Percebam que qualquer uma das hipóteses acima será a provável vencedora da eleição de 2018, e todas elas são boas: ou um tucano, ou Temer, ou Meirelles. Quem sabe um segundo turno entre Aécio e Meirelles? Seria excelente para o Brasil.
3. Financiamento de campanha
O PT foi expulso do Governo Federal, vai perder a Prefeitura de São Paulo, e provavelmente vai perder também o governo de Minas Gerais. Então, o PT em 2018 vai para a eleição em condições financeiras precárias, o que limita ainda mais suas chances.
4. Máquina estatal
Finalmente, o último grande "eleitor" do PT em 2006, 2010 e 2014 foi a Máquina Publica Federal. O PT não mediu esforços para tomar medidas populistas contrárias aos interesses do Brasil para lhe conferir dividendos eleitorais. Foi assim em 2010, quando turbinaram a economia, fazendo-a crescer 7,5% para eleger Dilma, e mesmo assim no segundo turno. Foi assim em 2013/2014 quando Dilma reduziu preços de energia elétrica e as taxas de juros na canetada, para aumentar sua popularidades.
Essas medidas se mostraram desastrosas, e seus efeitos acumulados geraram a grande rejeição popular que deu substância ao impedimento de Dilma.
Ocorre que em 2018 a máquina estatal federal estará mais forte do que nunca, e jogará contra o PT, pois apoiará o candidato da situação.
5. Fim do discurso do fim do Bolsa Família
Todos sabem que um dos grandes drivers de votos do PT no Nordeste foi o discurso do medo, de que, caso o PT saísse do poder, os programas sociais seriam cancelados. Pois bem. Dilma saiu do poder e o Temer aumentou o Bolsa Família em 12,5%!
E mais programas sociais mais eficientes virão até 2018, então a narrativa de que os programas sociais vão acabar com a saída do PT não faz mais sentido, pois o PT já saiu, e os programas sociais estão sendo melhorados.
Conclusão
O PT, Dilma e Lula tem muito a lamentar com suas perspectivas eleitorais de curto (2016), médio (2018) e longo prazo. Na eleição municipal o PT vai encolher muito. Em 2018, concorrerá contra um governo fortíssimo, turbinado por uma economia em aceleração. E depois de 2018, a idade tornará inviável que Lula volte a se candidatar. E o PT sem o Lula não existe, pois é um partido criado em torno de uma figura carismática. Ou seja, o principal e único jogador do PT está praticamente acabado.
O bom de tudo isso é que o Brasil só tem a ganhar com a volta do PT para a insignificância política, pois se tem um partido que atrasa a vida do Brasil é o PT, tanto na situação, quanto na oposição.
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