O escândalo das rachadinhas que foi desvendado pelo MP do Rio de Janeiro em gabinetes de deputados estaduais do Rio de Janeiro, entre os quais o mais famoso é o agora senador Flávio Bolsonaro, pode se institucionalizar caso seja aprovada a reforma administrativa que está sendo gestada no Ministério da Economia, e como quer o presidente Jair Bolsonaro.
Esse tipo de desvio de dinheiro público "rachadinha" só acontece em áreas do serviço público nas quais os funcionários não têm estabilidade no emprego, como são os funcionários dos gabinetes. Nesses lugares, o controlador de determinados cargos públicos, como são os Deputados em seus gabinetes, podem exigir as rachadinhas em troca de nomeações. Ou seja, podem "negociar" que os funcionários nomeados por eles devolvam uma parte ou todo o salário como uma espécie de "pagamento" pela nomeação.
Há casos ainda mais "avançados" de "rachadinha", quando o políticos exigem que os funcionários obtenham empréstimos consignados em seus nomes e transfiram o valor integral para eles, em troca da nomeação. Ou seja, é a rachadinha antecipada, porque o funcionário ficará tendo desconto no salário por anos para pagar o empréstimo consignado.
Essa prática está sendo exposta para o Brasil inteiro pelo escândalo do senador Flávio Bolsonaro, mas é comum não só em gabinetes de Deputados, mas em todas as áreas de serviço público onde não vigora a estabilidade funcional e a admissão por concurso público.
Dessa forma, esse caso das rachadinhas mostra como a "Reforma Administrativa" do Bolsonaro pode ser deletéria para o serviço público. Se acabarem com a estabilidade do servidor (como quer Jair Bolsonaro - veja no vídeo abaixo), eles vão abrir espaço para rachadinha institucionalizada em TODO o serviço público. Ou seja, professores, médicos, enfermeiros, policiais, e até juízes e promotores podem estar sujeitos a rachadinhas para manter seus cargos.
Pior, como mostrado pelo MP do Rio de Janeiro no caso de Flávio Bolsonaro, em muitos casos os funcionários são fantasmas, ou seja, só são nomeados para repassar 100% do salário para o político, não exercendo qualquer função efetiva. Esse é o caso dos parentes do Fabrício Queiroz, todos nomeados no gabinete do então Deputado, e que repassavam integralmente o salário para o gestor da rachadinha, o Queiroz, que depois a repassava para o Deputado.
Conclusão
Caso a Reforma Administrativa que está sendo elaborada por Jair Bolsonaro e Paulo Guedes seja aprovada, a rachadinha, que é esse escândalo de corrupção que atinge o filho "01" do presidente, Flávio Bolsonaro, será a regra no serviço público brasileiro. Ou seja, a rachadinha e os funcionários fantasmas se disseminarão em todo o serviço público, em detrimento da população.
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