sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

As contradições do socialismo

Neste artigo, irei desconstruir o artigo “Why Socialism?”, escrito pelo Físico Albert Einstein, em 1949, e, no decorrer do texto, apontar algumas contradições da formulação socialista.

Socialismo - Albert Einstein

Porquê o Socialismo? por Albert Einstein


Albert Einstein: "Será aconselhável para quem não é especialista em assuntos económicos e sociais exprimir opiniões sobre a questão do socialismo? Eu penso que sim, por uma série de razões."

Eu penso que não. Apesar que defendo o direito de cada um opinar sobre o que bem entende. Entretanto, economia é uma questão algo complexa, de modo que um leigo certamente incorrerá em algumas bobagens ao tratar do assunto. Aliás, é exatamente por isso que os “socialistas”, em sua imensa maioria, são leigos em Economia. É claro que alguém com um conhecimento mínimo de Economia não será um socialista. É freqüente esquerdinhas acharem que existe a possibilidade de existir algum tipo de economia que não a de mercado, uma economia socialista, por exemplo, onde não haveriam restrições de oferta, ou de insumos, ou de qualquer tipo de recursos. É engraçado quando vejo isso escrito – e olhe que é comum. Acho engraçado pois quando leio vejo que o sujeito que escreveu está tão distante da compreensão de como funciona o sistema econômico, mas simultaneamente não se esforça para compreende-lo, e, pior, acha que pode criticá-lo sem entende-lo. Os esquerdinhas, TODOS, não sabem como funciona o capitalismo. Simplesmente não sabem, não tem a menor idéia. Não sabem o que é uma dinâmica de mercado, não sabem o que são preços, não sabem o que é e quais as leis mais básicas da moeda, não sabem para que serve um banco comercial, nem um banco central, não sabem para que serve a Bolsa de Valores e nem o mercado de capitais, nem os mercados primários de títulos públicos, nem política monetária, nem sistema tributário, nem nada! Eles não tem a mais vaga noção desses conceitos, e mesmo assim acham que podem criticar o capitalismo! Não é engraçado?

Albert Einstein: "Consideremos antes de mais a questão sob o ponto de vista do conhecimento científico. Poderá parecer que não há diferenças metodológicas essenciais entre a astronomia e a economia: os cientistas em ambos os campos tentam descobrir leis de aceitação geral para um grupo circunscrito de fenómenos de forma a tornar a interligação destes fenómenos tão claramente compreensível quanto possível. Mas, na realidade, estas diferenças metodológicas existem. A descoberta de leis gerais no campo da economia torna-se difícil pela circunstância de que os fenómenos económicos observados são frequentemente afectados por muitos factores que são muito difíceis de avaliar separadamente. Além disso, a experiência acumulada desde o início do chamado período civilizado da história humana tem sido – como é bem conhecido – largamente influenciada e limitada por causas que não são, de forma alguma, exclusivamente económicas por natureza."

Essa é uma questão superada. Começa pelo fato de que, na época em que Einstein formulou sua Teoria da Relatividade, a Ciência Econômica praticamente não existia como tal. Nem mesmo o conceito de macro-economia, ou seja, a teoria dos agregados macro-econômicos tinha sido formulada, tendo em vista que esse instrumento teórico veio com Keynes. Como se não bastasse, o desenvolvimento ulterior da Ciência Econômica, sobretudo após a formulação de JF Nash, A Teoria dos Jogos e o Equilíbrio de Nash, é completamente revolucionário em termos de conhecimento econômico, e é posterior ao artigo. Ademais, o que evoluiu a ciência econômica nos últimos 30 anos é algo descomunal. Desse modo, tais argumentos mostram que tal artigo é apenas uma relíquia histórica sem qualquer validade científica.

Albert Einstein: "Por exemplo, a maior parte dos principais estados da história ficou a dever a sua existência à conquista. Os povos conquistadores estabeleceram-se, legal e economicamente, como a classe privilegiada do país conquistado. Monopolizaram as terras e nomearam um clero de entre as suas próprias fileiras. Os sacerdotes, que controlavam a educação, tornaram a divisão de classes da sociedade numa instituição permanente e criaram um sistema de valores segundo o qual as pessoas se têm guiado desde então, até grande medida de forma inconsciente, no seu comportamento social."

E o que isso tem a ver com Economia ou com Capitalismo? Economia é uma ciência que estuda, entre outras coisas, como funcionam trocas voluntárias, livres e pacíficas entre cidadãos livres que compartilham um lócus geográfico e social. A noção de propriedade é uma forma avançada de otimização dessas trocas, pois reduz os custos de transferência, ou seja, uma vez estabelecido o conceito de propriedade, reduz-se os custos de transações, e, com isso, todos os intervenientes do sistema ganham. TODOS, pois temos uma elevação da produtividade geral do sistema econômico. De qualquer forma, a história econômica pode ser contada também como a história do crescimento da produtividade marginal do trabalho, que, por sua vez, é influenciada pelos desenvolvimentos tecnológicos, que por sua vez, tem influência na economia, nos preços, na oferta e na procura, e nas possibilidades de disseminação de tais bens na sociedade.

Albert Einstein “Mas a tradição histórica é, por assim dizer, coisa do passado; em lado nenhum ultrapassámos de facto o que Thorstein Veblen chamou de “fase predatória” do desenvolvimento humano. Os factos económicos observáveis pertencem a essa fase e mesmo as leis que podemos deduzir a partir deles não são aplicáveis a outras fases.

Discordo totalmente. A evolução do capitalismo o torna progressivamente menos predatório. E isso é óbvio. Os desenvolvimentos tecnológicos propiciados pelo capitalismo são introduzidos nos sistemas produtivos, que tendem a ser cada vez menos custosos. Ora, se as empresas estão em busca constante de redução de custos, então elas são cada vez menos predatórias, pois estão sempre em busca de produzir o mesmo produto final, ou mesmo um produto final melhor, com menos insumos materiais, primários e humanos. Pense em quanto pesava um carro há 40 anos, quanto consumia de combustível. E verifique quanto pesam os carros hoje, e quanto consomem. Os eletrodomésticos modernos consomem uma fração da energia que consumiam há 1 década. Chegamos a era da informação, na qual um serviço, como um site de relacionamento, como o Orkut, por exemplo, pode se expandir indefinidamente sem o uso de qualquer insumo físico adicional. Portanto, está claro que a afirmação acima é completamente equivocada.

Albert Einstein: “Uma vez que o verdadeiro objectivo do socialismo é precisamente ultrapassar e ir além da fase predatória do desenvolvimento humano, a ciência económica no seu actual estado não consegue dar grandes esclarecimentos sobre a sociedade socialista do futuro. 

Segundo, o socialismo é dirigido para um fim sócio-ético. A ciência, contudo, não pode criar fins e, muito menos, incuti-los nos seres humanos; quando muito, a ciência pode fornecer os meios para atingir determinados fins.

E o que é o socialismo, supostamente, científico, senão um fim em si mesmo, alíás, uma ciência que criou um “fim”, um “fim” – socialismo – artificial, anti-natural, anti-humano, liberticida, e impositivo a ser-humano? Einstein, de fato, não entendeu nada do que é socialismo!

Albert Einstein: Mas os próprios fins são concebidos por personalidades com ideais éticos elevados e – se estes ideais não nascerem já votados ao insucesso, mas forem vitais e vigorosos – adoptados e transportados por aqueles muitos seres humanos que, semi-inconscientemente, determinam a evolução lenta da sociedade.

Por estas razões, devemos precaver-nos para não sobrestimarmos a ciência e os métodos científicos quando se trata de problemas humanos; e não devemos assumir que os peritos são os únicos que têm o direito a expressarem-se sobre questões que afectam a organização da sociedade

Iúmeras vozes afirmam desde há algum tempo que a sociedade humana está a passar por uma crise, que a sua estabilidade foi gravemente abalada. É característico desta situação que os indivíduos se sintam indiferentes ou mesmo hostis em relação ao grupo, pequeno ou grande, a que pertencem. Para ilustrar o meu pensamento, permitam-me que exponha aqui uma experiência pessoal. Falei recentemente com um homem inteligente e cordial sobre a ameaça de outra guerra, que, na minha opinião, colocaria em sério risco a existência da humanidade, e comentei que só uma organização supra-nacional ofereceria protecção contra esse perigo. Imediatamente o meu visitante, muito calma e friamente, disse-me: “Porque se opõe tão profundamente ao desaparecimento da raça humana?”

Tenho a certeza de que há tão pouco tempo como um século atrás ninguém teria feito uma afirmação deste tipo de forma tão leve. É a afirmação de um homem que tentou em vão atingir um equilíbrio interior e que perdeu mais ou menos a esperança de ser bem sucedido. É a expressão de uma solidão e isolamento dolorosos de que sofre tanta gente hoje em dia. Qual é a causa? Haverá uma saída?

É fácil levantar estas questões, mas é difícil responder-lhes com um certo grau de segurança. No entanto, devo tentar o melhor que posso, embora esteja consciente do facto de que os nossos sentimentos e esforços são muitas vezes contraditórios e obscuros e que não podem ser expressos em fórmulas fáceis e simples.

Albert Einstein: O homem é, simultaneamente, um ser solitário e um ser social. Enquanto ser solitário, tenta proteger a sua própria existência e a daqueles que lhe são próximos, satisfazer os seus desejos pessoais, e desenvolver as suas capacidades inatas. Enquanto ser social, procura ganhar o reconhecimento e afeição dos seus semelhantess, partilhar os seus prazeres, confortá-los nas suas tristezas e melhorar as suas condições de vida. Apenas a existência destes esforços diversos e frequentemente conflituosos respondem pelo carácter especial de um ser humano, e a sua combinação específica determina até que ponto um indivíduo pode atingir um equilíbrio interior e pode contribuir para o bem-estar da sociedade.”

E o socialismo é apenas a tentativa de suprimir, por meio da violência institucional, dessas características, tão básicas quanto humanas, que diferenciam homens e animais. Não é por outro motivo que sistemas socialistas não passam de aparatos violentos que se propõem basicamente a transformar seres-humanos em animais. Os exemplos estão todos aí, e são eloqüentes!

É perfeitamente possível que a força relativa destes dois impulsos seja, no essencial, fixada por herança. Mas a personalidae que finalmente emerge é largamente formada pelo ambinte em que um indivíduo acaba por se descobrir a si próprio durante o seu desenvolvimento, pela estrutura da sociedade em que cresce, pela tradição dessa sociedade, e pelo apreço por determinados tipos de comportamento. O conceito abstracto de “sociedade” significa para o ser humano individual o conjunto das suas relações directas e indirectas com os seus contemporâneos e com todas as pessoas de gerações anteriores. O indíviduo é capaz de pensar, sentir, lutar e trabalhar sozinho, mas depende tanto da sociedade – na sua existência física, intelectual e emocional – que é impossível pensar nele, ou compreendê-lo, fora da estrutura da sociedade. É a “sociedade” que lhe fornece comida, roupa, casa, instrumentos de trabalho, língua, formas de pensamento, e a maior parte do conteúdo do pensamento; a sua vida foi tornada possível através do trabalho e da concretização dos muitos milhões passados e presentes que estão todos escondidos atrás da pequena palavra “sociedade”.

Albert Einstein: “É evidente, portanto, que a dependência do indivíduo em relação à sociedade é um facto da natureza que não pode ser abolido – tal como no caso das formigas e das abelhas.”

Esse é o grande equívoco. Abelhas e formigas agem por instinto, e se comportam quase sempre da mesma forma. Não pensam, não são racionais. Somente por meio de violência institucional é que é possível transformar seres-humanos em formigas ou abelhas, e é isso que os “socialistas” querem. Eles só não são suficientemente inteligentes para perceber que as sociedades liberais e capitalistas são a forma mais avançada de organização social humana.

No entanto, enquanto todo o processo de vida das formigas e abelhas é reduzido ao mais pequeno pormenor por instintos hereditários rígidos, o padrão social e as interrelações dos seres humanos são muito variáveis e susceptíveis de mudança. A memória, a capacidade de fazer novas combinações, o dom da comunicação oral tornaram possíveis os desenvolvimentos entre os seres humanos que não são ditados por necessidades biológicas. Estes desenvolvimentos manifestam-se nas tradições, instituições e organizações; na literatura; nas obras científicas e de engenharia; nas obras de arte. Isto explica a forma como, num determinado sentido, o homem pode influenciar a sua vida através da sua própria conduta, e como neste processo o pensamento e a vontade conscientes podem desempenhar um papel.

O homem adquire à nascença, através da hereditariedade, uma constituição biológica que devemos considerar fixa ou inalterável, incluindo os desejos naturais que são característicos da espécie humana. Além disso, durante a sua vida, adquire uma constituição cultural que adopta da sociedade através da comunicação e através de muitos outros tipos de influências. É esta constituição cultural que, com a passagem do tempo, está sujeita à mudança e que determina, em larga medida, a relação entre o indivíduo e a sociedade. A antropologia moderna ensina-nos, através da investigação comparativa das chamadas culturas primitivas, que o comportamento social dos seres humanos pode divergir grandemente, dependendo dos padrões culturais dominantes e dos tipos de organização que predominam na sociedade. É nisto que aqueles que lutam por melhorar a sorte do homem podem fundamentar as suas esperanças: os seres humanos não estão condenados, devido à sua constituição biológica, a exterminarem-se uns aos outros ou a ficarem à mercê de um destino cruel e auto-infligido.

Se nos interrogarmos sobre como deveria mudar a estrutura da sociedade e a atitude cultural do homem para tornar a vida humana o mais satisfatória possível, devemos estar permanentemente conscientes do facto de que há determinadas condições que não podemos alterar. Como mencionado anteriormente, a natureza biológica do homem, para todos os objectivos práticos, não está sujeita à mudança. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos e demográficos dos últimos séculos criaram condições que vieram para ficar.

Em populações com fixação relativamente densa e com bens indispensáveis à sua existência continuada, é absolutamente necessário haver uma extrema divisão do trabalho e um aparelho produtivo altamente centralizado. Já lá vai o tempo – que, olhando para trás, parece ser idílico – em que os indivíduos ou grupos relativamente pequenos podiam ser completamente auto-suficientes. É apenas um pequeno exagero dizer-se que a humanidade constitui, mesmo actualmente, uma comunidade planetária de produção e consumo.


Albert Einstein: "Cheguei agora ao ponto em que vou indicar sucintamente o que para mim constitui a essência da crise do nosso tempo. Diz respeito à relação do indivíduo com a sociedade. O indivíduo tornou-se mais consciente do que nunca da sua dependência relativamente à sociedade. Mas ele não sente esta dependência como um bem positivo, como um laço orgânico, como uma força protectora, mas mesmo como uma ameaça aos seus direitos naturais, ou ainda à sua existência económica. Além disso, a sua posição na sociedade é tal que os impulsos egotistas da sua composição estão constantemente a ser acentuados, enquanto os seus impulsos sociais, que são por natureza mais fracos, se deterioram progressivamente. Todos os seres humanos, seja qual for a sua posição na sociedade, sofrem este processo de deterioração. Inconscientemente prisioneiros do seu próprio egoismo, sentem-se inseguros, sós, e privados do gozo naïve, simples e não sofisticado da vida. O homem pode encontrar sentido na vida, curta e perigosa como é, apenas dedicando-se à sociedade.

A anarquia económica da sociedade capitalista como existe actualmente é, na minha opinião, a verdadeira origem do mal. Vemos perante nós uma enorme comunidade de produtores cujos membros lutam incessantemente para despojar os outros dos frutos do seu trabalho colectivo – não pela força, mas, em geral, em conformidade com as regras legalmente estabelecidas. A este respeito, é importante compreender que os meios de produção – ou seja, toda a capacidade produtiva que é necessária para produzir bens de consumo bem como bens de equipamento adicionais – podem ser legalmente, e na sua maior parte são, propriedade privada de indivíduos.”

Pois Einstein estava profundamente equivocado. A “anarquia” que Einstein via no sistema capitalista não é anarquia, mas liberdade! Anarquia é um lócus sem regras, sem orientação, sem hierarquia. O Capitalismo estabelece-se com regras, sobretudo regras de mercado, onde os indivíduos são os senhores de suas vontades. O sistema produtivo capitalista produz o que os inivíduos desejam, e produzem cada vez mais e melhor, com menor custo. E isso é uma dinâmica, um processo, uma dinâmica econômica baseada na liberdade! Mercado é liberdade! Liberdade do indivíduo, que termina na liberdade do outro indivíduo.

Albert Einstein: “Para simplificar, no debate que se segue, chamo “trabalhadores” a todos aqueles que não partilham a posse dos meios de produção – embora isto não corresponda exactamente à utilização habitual do termo. O detentor dos meios de produção está em posição de comprar a mão-de-obra. Ao utilizar os meios de produção, o trabalhador produz novos bens que se tornam propriedade do capitalista. A questão essencial deste processo é a relação entre o que o trabalhador produz e o que recebe, ambos medidos em termos de valor real. Na medida em que o contrato de trabalho é “livre”, o que o trabalhador recebe é determinado não pelo valor real dos bens que produz, mas pelas suas necessidades mínimas e pelas exigências dos capitalistas para a mão-de-obra em relação ao número de trabalhadores que concorrem aos empregos. É importante compreender que, mesmo em teoria, o pagamento do trabalhador não é determinado pelo valor do seu produto.

Aqui a bobagem de sempre. Querem, em pleno século XX, após mais de 1 século que a Teoria da Utilidade Marginal demoliu a Teoria do Valor Trabalho, falar em “valor”! Como é que consegue se construir um acelerador de partículas, hoje? Com Física Newtoniana? Não! Com Física Relativística, de Einstein! Transporte isso para a Economia: Utilidade Marginal está para a Física Relativística, assim como o Valor Trabalho está para a Física Newtoniana. É claro que um esquerdinha jamais compreenderá isso, e, então, continuará rum ruminando.

Albert Einstein: "O capital privado tende a concentrar-se em poucas mãos, em parte por causa da concorrência entre os capitalistas e em parte porque o desenvolvimento tecnológico e a crescente divisão do trabalho encorajam a formação de unidades de produção maiores à custa de outras mais pequenas.”

O capitalismo mostrou como lidar com isso: Leis de Concorrênica, Agências Reguladoras, Leis Anti-Truste, Anti-Dumping!

E o socialismo? Qual sua proposta para o problema? Rá..Rá..Rá...Ao invés de o capital se concentrar em “poucas mãos”, concentra-lo em uma única mão: a do Estado! Rá..Rá...Rá...Essa é uma das grandes contradições do socialismo!!!! Rá..Rá..Rá...

E por falar em contradições, eu mostro várias do socialismo. Mas gostaria que algum esquerdinha me apontasse alguma do capitalismo! Pode ser uma contradição exposta por Marx.

O resultado destes desenvolvimentos é uma oligarquia de capital privado cujo enorme poder não pode ser eficazmente controlado mesmo por uma sociedade política democraticamente organizada. Isto é verdade, uma vez que os membros dos órgãos legislativos são escolhidos pelos partidos políticos, largamente financiados ou influenciados pelos capitalistas privados que, para todos os efeitos práticos, separam o eleitorado da legislatura. A consequência é que os representantes do povo não protegem suficientemente os interesses das secções sub-privilegidas da população. Além disso, nas condições existentes, os capitalistas privados controlam inevitavelmente, directa ou indirectamente, as principais fontes de informação (imprensa, rádio, educação). É assim extremamente difícil e mesmo, na maior parte dos casos, completamente impossível, para o cidadão individual, chegar a conclusões objectivas e utilizar inteligentemente os seus direitos políticos.

Assim, a situação predominante numa economia baseada na propriedade privada do capital caracteriza-se por dois principais princípios: primeiro, os meios de produção (capital) são privados e os detentores utilizam-nos como acham adequado; segundo, o contrato de trabalho é livre. Claro que não há tal coisa como uma sociedade capitalista pura neste sentido. É de notar, em particular, que os trabalhadores, através de longas e duras lutas políticas, conseguiram garantir uma forma algo melhorada do “contrato de trabalho livre” para determinadas categorias de trabalhadores. Mas tomada no seu conjunto, a economia actual não difere muito do capitalismo “puro”.

A produção é feita para o lucro e não para o uso. Não há nenhuma disposição em que todos os que possam e queiram trabalhar estejam sempre em posição de encontrar emprego; existe quase sempre um “exército de desempregados. O trabalhador está constantemente com medo de perder o seu emprego. Uma vez que os desempregados e os trabalhadores mal pagos não fornecem um mercado rentável, a produção de bens de consumo é restrita e tem como consequência a miséria. O progresso tecnológico resulta frequentemente em mais desemprego e não no alívio do fardo da carga de trabalho para todos. O motivo lucro, em conjunto com a concorrência entre capitalistas, é responsável por uma instabilidade na acumulação e utilização do capital que conduz a depressões cada vez mais graves. A concorrência sem limites conduz a um enorme desperdício do trabalho e a esse enfraquecimento consciência social dos indivíduos que mencionei anteriormente.

Considero este enfraquecimento dos indivíduos como o pior mal do capitalismo. Todo o nosso sistema educativo sofre deste mal. É incutida uma atitude exageradamente competitiva no aluno, que é formado para venerar o sucesso de aquisição como preparação para a sua futura carreira.

6 comentários:

  1. sou contra o socialismo e contra o neoliberalismo
    sou a favor de um sistema de governo onde seja iqualitário somente a educação. dando oportunidades para qualquer pessoas, e fazendo com q quem estude mais tenha mais privilégios. o privilégio é algo q se tem de conquistar e ñ se deve nascer com ele como eh no socialismo. para a sociedade ser iqual as pessoas tem que ir atraz disso atravez do estudo e ñ pelo simples fato de existir.
    obrigadoooo
    abraço a todos

    emanuel felipe

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  2. Quem entende de economia não será socialista?
    Porque uma das maiores (senão a maior) obra econômica de todos os tempos foi "O Capital", de Karl Marx, que foi justamente o criador do socialismo científico? A maior análise do sistema econômico de mercado já feita foi realizada por Marx, um "esquerdinha". O que eu acho sinceramente engraçado é que alguém diga que não pode haver uma outra economia senão a de mercado, já que existem diversas sociedades que não vivem sob esta. O neocolonialismo tratará de rechaçá-las com seu preconceito e sua visão desenvolvimentista ultrapassada, mas não passarão de argumentos falaciosos. O que é sim impossível é um sistema de bem estar para todos os seres humanos sob a economia de mercado, já que é ela que nos rege, e não nós que a regemos. O que precisamos sim, para uma sociedade produtiva para todos, é de uma economia planificada baseada na propriedade coletiva, que é coerente com a produção coletiva industrial.
    Você procura separar o estudo econômico da organização social, o que é um erro crasso já que ambas estão intrinsecamente relacionadas. Essa concepção metafísica ultrapassada dos fenômenos econômicos é o que permite o desenvolvimento de argumentos falaciosos em relação à Economia de Mercado e ao Capitalismo.
    "Discordo totalmente. A evolução do capitalismo o torna progressivamente menos predatório. E isso é óbvio. Os desenvolvimentos tecnológicos propiciados pelo capitalismo são introduzidos nos sistemas produtivos, que tendem a ser cada vez menos custosos. Ora, se as empresas estão em busca constante de redução de custos, então elas são cada vez menos predatórias, pois estão sempre em busca de produzir o mesmo produto final, ou mesmo um produto final melhor, com menos insumos materiais, primários e humanos. Pense em quanto pesava um carro há 40 anos, quanto consumia de combustível. E verifique quanto pesam os carros hoje, e quanto consomem. Os eletrodomésticos modernos consomem uma fração da energia que consumiam há 1 década. Chegamos a era da informação, na qual um serviço, como um site de relacionamento, como o Orkut, por exemplo, pode se expandir indefinidamente sem o uso de qualquer insumo físico adicional. Portanto, está claro que a afirmação acima é completamente equivocada."
    Para que você tenha uma idéia de que seu argumento é que está equivocado. Se todos nós fossemos viver da maneira que um americano comum vive, precisaríamos de 3 planetas Terra, porque somente o berço do capitalismo atual consome 30% de toda a produção mundial. E se você acompanhar os estudos sobre a pobreza mundial, você verá que a pobreza vem aumenteando nos últimos, e não reduzindo-se como sempre se espera do regime neoliberal.

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  3. aaaa eu quero saber saobr a contradiçao da tradiçao socialista feita por Karl Marx
    eu preciso saber pra termina o meu trabalhoooooo!!!

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  4. Meu caro, seu texto consegue ser, ao mesmo tempo, engraçado e trágico. Engraçado porque é uma caricatura pronta do pensamento liberal e trágico porque, parece, foi escrito a sério.

    Em primeiro lugar, você deveria aprender o que é uma desconstrução. Sua paródia nada mais é que uma argumentação superficial e subjetiva de trechos de um texto, que não desconstrói absolutamente nada (e também, talvez mais caracteristicamente, não constrói nada).

    Em segundo lugar, você poderia aprender muito com o estudo da dialética (ela foi muito usada por Marx, um "esquerdinha que não sabe como funciona o capitalismo"). Os seus "argumentos" misturam opiniões preconceituosas com prototeorias baseadas em dados esteriotipados. Para dar um exemplo das contradições internas do seu texto, você responde à primeira questão de Einstein (Será aconselhável para quem não é especialista em assuntos económicos e sociais exprimir opiniões sobre a questão do socialismo?) da seguinte maneira: "Eu penso que não. Apesar que defendo o direito de cada um opinar sobre o que bem entende". Ora, se você defende o direito universal de expressão, como é que acredita ser desaconselhável a um leigo opinar sobre economia? Depois dessa sábia introdução, você destila "argumentos" do tipo "esquerdinhas não entendem de economia" e "quem tem conhecimento de economia não é socialista", todos muito embasados e absolutamente inquestionáveis. Se você pretende desconstruir alguma coisa, o primeiro passo é aprender a construir um argumento coerente. Esse tipo de desonestidade intelectual abunda ao longo do texto, mas, para evitar uma redundância desnecessária, vou me restringir a este único e ilustrativo exemplo.

    Agora, um conselho: deixe as ofensas intelectuais para os intelectualmente aptos. Quando Marx ofende Bakunin, quando Lenin ofende Kautsky, quando Trotsky ofende Stalin, o fazem de um pedestal intelectual real. Quando você diz coisas do tipo "Einstein não entendeu nada de socialismo" ou "(...) tal artigo é apenas uma relíquia histórica sem qualquer validade científica", se transforma instantaneamente em motivo de piada para qualquer liberal sério. Ademais, chamar os socialistas indiscriminadamente de "esquerdinha" (o que inclui necessariamente alguns dos maiores gênios do pensamento econômico) faz de você um bufão, motivo de entretenimento para qualquer intelectual, de qualquer corrente de pensamento.

    Por fim, você faz um desafio: "E por falar em contradições, eu mostro várias do socialismo. Mas gostaria que algum esquerdinha me apontasse alguma do capitalismo! Pode ser uma contradição exposta por Marx". As diversas contradições do capitalismo são evidentes até para os liberais. As desigualdades iniciais que deturpam a competição individual, a tendência à concentração que se mantém em todas as grandes atividades produtivas, as limitações à livre iniciativa decorrentes dessa concentração, os instrumentos legais deturpadores da concorrência, a manutenção artificial do status quo, etc, etc. Eu sei que é difícil acreditar, mas a Mão Invisível vive junto com o Papai Noel, lá no Pólo Norte...

    Espero ter contribuído com o debate.

    Saudações!!

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  5. É revoltante ver pessoas com a visão tão bloqueada pelas falácias do capitalismo...Felipe Ortega e Ivan Andropov concordo com vocês.

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  6. Ué, por qual motivo você não tenta argumentar em cima do meu texto? Falta competência, é claro! Nenhum esquerdista suporta uma debatedora de direita com conhecimento do assunto para escancarar a inconsistência teórica e prática das teses esquerdistas.

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