"A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio de autovalorização", estabeleceu Olavo de Carvalho em "A Dialética da Inveja". O aspecto interessante é que as discussões em torno da suposta Bolha Imobiliária brasileira, e, em especial, do Setor Noroeste em Brasília, fornecem exemplos eloquentes que corroboram essa afirmativa.
O texto de Olavo de Carvalho ainda vai além, e mostra que "o homem torna-se invejoso quando desiste intimamente dos bens que cobiçava, por acreditar, em segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas do mérito. Daí sua compulsão de depreciar esses bens, de destruí-los ou de substituí-los por simulacros miseráveis, fingindo julgá-los mais valiosos que os originais. É precisamente nas dissimulações que a inveja se revela da maneira mais clara."