Em outubro, o Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) subiu 0,20%, puxado em grande parte pelo aumento do custo com mão de obra. Responsável pela metade do índice, o grupo vai subir ainda mais em novembro, de acordo com Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apura o índice.
Responsável por 0,16 pontos no INCC-M de outubro, a mão de obra no mês foi puxada pela antecipação de aumento salarial por parte de algumas empresas mineiras. Como resultado, o índice em Belo Horizonte ficou em 0,86% no mês, o maior entre as sete capitais pesquisadas pela FGV. Em São Paulo, o acréscimo foi de 0,12%, enquanto no Rio de Janeiro ficou em 0,15%.
De acordo com Ana Maria Castelo, estão previstos reajustes salariais em Minas Gerais, Recife e Distrito Federal, que negociou, neste ano, o aumento em duas parcelas. “A média dos reajustes está em 10%. Brasília destoa um pouco e vai ser de 16%, mas a primeira parte já foi concedida”, afirmou.
No acumulado do ano, mão de obra registra acréscimo de 9,4%. Nos últimos 12 meses, o índice aumentou 11,23%. O item foi responsável por 68% da alta do INCC-M neste ano.
O custo com mão de obra na construção civil vem aumentando acima dos Índices Gerais de Preços (IGPs) nos últimos anos, reflexo do aquecimento do setor, segundo a economista. “Os salários vêm ganhando aumento real, influenciados também pelo forte crescimento da construção civil como um todo. A escassez de trabalhadores qualificados e a demanda por obras no país dão mais condições aos sindicatos na hora de negociar.”
No ano, o INCC-M deve fechar um pouco acima dos 7,5% registrados em 2010. O item materiais e equipamentos, que aumentou 0,23% em outubro em relação a setembro, reflete o crescimento da economia como um todo neste ano. Até outubro, o grupo, responsável por 39% do índice, estava em 3,73%. Serviços tem alta acumulada de 5,45% no ano, e 0,34% neste mês, mas corresponde por 11% do INCC-M.
Para 2012, o mercado da construção civil no país deve continuar aquecido, provocando reflexos na mão de obra. As obras de mobilidade urbana e infraestrutura para a Copa do Mundo e Olimpíada, somadas aos projetos já existentes do governo, como o Minha Casa Minha Vida e o Plano de Aceleração do Crescimento 2 (PAC), devem manter o INCC-M acima dos índices gerais de preços. Além disso, a mão de obra vai encarecer também em virtude do aumento do salário mínimo já previsto para o ano que vem.
O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Fonte: Valor Econômico
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