Entre 2008 e 2011, o preço dos imóveis deu um grande salto em todo o País. Para muitos especialistas, o forte aumento dos preços não passou de uma correção, depois de anos sem reajustes consideráveis no valor dos empreendimentos.
Seja como for, os imóveis, que sempre foram vistos como uma opção segura de investimento e consolidação de patrimônio, ficaram ainda mais no foco de investidores em busca de rentabilidade e uma certa segurança.
Este ano, como era esperado, as vendas já começaram a arrefecer na comparação com 2010. De acordo com dados do Secovi- SP (Sindicato da Habitação), na cidade de São Paulo, houve retração de 31,3% nas vendas de imóveis novos no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado.
Entretanto, algumas cidades e regiões continuam registrando uma procura maior pelo bem, impulsionadas pela escassez de empreendimentos e também pela queda da bolsa. Isso porque, de acordo com especialistas, a desvalorização no mercado acionário tem feito com que os investidores se interessem por investimentos mais sólidos e com menor risco, o que ajuda a incrementar a venda de imóveis principalmente em locais onde o preço ainda está defasado em relação ao restante do País.
Aumento de 30%
Em Sorocaba, cidade do interior do Estado de São Paulo, por exemplo, as vendas de imóveis novos aumentaram 30% em agosto, na comparação com o mês anterior, de acordo com dados da AE Patrimônio Consultores Imobiliários. “Existe uma grande escassez de imóvel para alugar na cidade, então a compra de imóvel para este fim é uma boa opção de investimento na região”, afirma o diretor da AE Patrimônio, Alexandre Oliveira.
Segundo ele, o aumento da infraestrutura na cidade e a procura por maior qualidade de vida são itens que impulsionam o mercado imobiliário na região e fazem com que muitos investidores se interessem pela compra de imóveis. “As famílias buscam tranquilidade e os preços ainda estão defasados em relação a outros lugares”, afirma Oliveira.
De acordo com a supervisora do Easynvest, Aline Rabelo, é natural que haja uma migração para investimentos considerados mais seguros e “sólidos” em épocas de maior incerteza econômica.
Entretanto, ela lembra que a bolsa deve ser encarada como investimento de longo prazo e que, neste caso, a chance de obter bom rendimento com o investimento é maior. “No longo prazo, o investimento em renda variável tende a ser mais vantajoso”, diz.
Mercado imobiliário
Na opinião de Oliveira, o mercado imobiliário brasileiro ainda tem um grande potencial de crescimento. “No México, por exemplo, o mercado imobiliário corresponde a 3% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto no Brasil este número não ultrapassa 1% do PIB”, diz.
A supervisora do Easynvest também aponta que ainda é cedo para falar em estagnação de preços dos imóveis, mesmo depois de tanta valorização nos últimos anos. “Enquanto a economia estiver aquecida e a população tiver bastante acesso ao crédito, como agora, a tendência é que a procura continue elevada”, afirma.
Segundo ela, existem regiões em que os preços podem subir ainda mais, por conta da maior demanda e dos investimentos previstos. “No Rio de Janeiro, por exemplo, deve haver um aumento da demanda por conta do aumento de infraestrutura provocado pelos eventos esportivos, como as Olimpíadas de 2016 e a Copa do Mundo”, diz.
De acordo com Aline, a principal vantagem dos imóveis quando utilizados como investimento é o fato de proporcionarem tanto a possibilidade de valorização do bem, quanto o rendimento mensal por meio da locação.
Entretanto, apesar de ser considerado um refúgio em momentos de crise, este tipo de investimento também traz riscos para os investidores. Em primeiro lugar, não há uma garantia de que o imóvel irá se valorizar e que você conseguirá vendê-lo por um valor maior do que aquele que comprou.
A deterioração da área onde está localizada o imóvel, por exemplo, pode fazer com que o valor de mercado do bem seja reduzido e o investidor perca dinheiro ao tentar vender.
Além disso, a supervisora do Easynvest também lembra que, em caso do bem ficar desalugado, por exemplo, o dono acaba tendo que arcar com gastos de manutenção e condomínio.
Fora isso, a baixa liquidez do imóvel também pode ser um empecilho, principalmente no momento em que o investidor precisa transformar o ativo em dinheiro com maior urgência. “Você não consegue vender um imóvel da noite para o dia e isso pode atrapalhar o seu fluxo de caixa em algum momento”, diz Aline.
Fonte: UOL
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